Lubrificação Por Imersão
Recentemente fiz uma viagem de algumas centenas de quilômetros, sendo uma boa parte dela em estradas de terra, com poeira, areia entre outros elementos bem nocivos para transmissão.
Embora a quilometragem do conjunto cassete/corrente ainda fosse baixa (inferior a 1000 km), o que teoricamente permitiria que fosse substituirá apenas a corrente, tal fato não ocorreu, dado a severidade do uso das estradas de terra (subidas muito íngremes, com gradientes muitas vezes maiores que 10% geraram um desgaste acentuado nas engrenagens com mais dentes no cassete, como na 28 e 32).
Dada esta situação, me restaram duas opções. Trocar o conjunto cassete-corrente, ou tentar recuperar uma corrente muito suja, com areia, graxa entre outras contaminações. O preço absurdo de peças para bicicletas no Brasil me obrigou a optar pela segunda opção.
A recuperação de uma corrente envolve duas etapas. Limpeza e lubrificação. Desta vez, resolvi arriscar métodos mais agressivos para ambas as etapas.
Limpeza
Para a limpeza removi a corrente da bicicleta e a coloquei dentro de uma garrafa PET de 2 litros, coloquei o equivalente uma colher de sopa de sabão em pó e adicionei querosene, o equivalente a dois ou três dedos na garrafa PET. Tampei e agitei. Deixei um tempo parado e agitei novamente. Então removi o querosene (que já estava preto e viscoso e com areia, dada à sujeira da corrente) e repeti o processo (sabão em pó, querosene, agita repouso, agita novamente). Então removi a corrente da garrafa, removi o querosene e o sabão em pó remanescente com água corrente e sequei com pano. A corrente apresentava um aspecto de corrente nova, bem limpa, porém o querosene e o capão em pó conseguem diluir qualquer lubrificante, deixando a corrente “seca”.
Lubrificação
Muitos nesta etapa simplesmente colocam a corrente na bicicleta e gotejam algumas gotas de óleo e se dão por satisfeito. O problema neste caso é a dificuldade do óleo atingir locais como a folga entre os rolos e pinos, entre outros. O gotejamento vai dar um aspecto superficial de que esta lubrificada, porém não estará lubrificado de fato.
A solução foi tentar utilizar um método novo de lubrificação para mim. Lubrificação por imersão. Havia alguns meses comprado um pote de óleo de 500ml, destinado à lubrificação automotiva, viscosidade SAE 40. Uma solução boa, pois com um preço pouco acima do pago pelos potinhos de óleo “tipo Singer”, consegui comprar 500ml, de um óleo cujas características são fiscalizadas pela SAE, portanto são bem confiáveis.
Este lubrificante foi a cobaia desta vez. Peguei a corrente devidamente seca, amarrei um barbante, e mergulhei-a dentro do pote de óleo (o barbante serve para remover a corrente de dentro do pote depois).
O segredo é deixar a corrente mergulhada no óleo por um longo tempo. Algumas horas e algumas mexidas para que a corrente mude de posição são bem vindas. Isto fará que o lubrificante, mesmo que com uma viscosidade razoável (SAE 40), penetre em pontos importantes da corrente.
Com o barbante removi a corrente do pote, e deixei-a um tempo pendurada para escorrer o excesso do óleo. Quando parar de pingar constantemente estará bom.
Antes de recolocar a corrente na bicicleta é importante deixar pedivela e cassetes limpos.
O processo todo pode parecer muito trabalhoso mas não é. Trata-se apenas de colocar a corrente duas ou três vezes em alguns potes e deixar que o querosene e o óleo trabalhem por você enquanto pode-se fazer outras atividades enquanto aguarda o tempo necessário. E o processo também é muito mais limpo que limpar e lubrificar a corrente em algum locar aberto, onde respinga estes líquidos no chão e em paredes, principalmente com o uso de escovas e utensílios deste gênero.
This entry was posted on segunda-feira, agosto 18th, 2008 at 11:11 and is filed under Manutenção. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. Responses are currently closed, but you can trackback from your own site.
setembro 20th, 2009 at 14:41
NikolasTM says:Very valuable message