Quem gosta de pneus é cirurgião plástico!
Este post vem mais como uma crítica do que como um simples informativo.
A questão é sobre pneus.
Qualquer ciclista ou qualquer outro tipo de usuário de bicicletas todo terreno já deve ter notado dois fatos:
1. O pneu tem uma fragilidade quanto a furos, desgaste e cortes laterais que chega a ser vergonhoso.
2. O pneu dianteiro parece sempre novo, quase nunca fura (estimo, nas minhas experiências que fure um pneu dianteiro para cada 9 ou 10 furos traseiros), e não se encaixa nos defeitos citados acima.
Uma análise simples de carga e centro de gravidade mostra que a diferença entre o carregamento pode ser estimado ou aproximado como uns 35% da carga total sobre o pneu dianteiro e o restante, 65% no pneu traseiro.
Óbvio que isso muda de acordo com a montagem da bicicleta. Sendo bicicletas de cicloturismo ainda mais concentradas na parte posterior e nas bicicletas de todo terreno mais agressivas tendem a ter uma distribuição levemente mais igual.
Qual a conclusão clara disso?
Que se utilizássemos um pneu com uma composição duas vezes mais rígida (a exemplo de um pneu de um carro, que entorta os temidos pedaços de arames ao invés de permití-los transpor o pneu e furar a câmara como ocorre nas bicicletas, ou mais espessa, suas características seriam muito melhores, a ponto de ser uma preocupação a menos na bicicleta. Confiabilidade, segurança praticidade entre outras características seriam associadas ao pneumático das bicicletas.
Muitos podem argumentar duas coisas: Peso e que se trata de uma estratégia dos fabricantes.
Peso
Eu acredito que é muito mais cansativo trocar um pneu do que utilizar um pneu 300 gramas mais pesado. Considerando que um pneu confiável dispensaria câmaras reservas e kit de reparos, ou pelo menos um destes itens, o acréscimo de peso seria nulo. De qualquer forma não adianta ser leve, ele deve ser corretamente dimensionado da mesma forma que os cubos (cubo traseiro possui esferas e pistas maiores que as do cubo dianteiro e por isso tem uma durabilidade equilibrada).
Estratégia dos fabricantes
Eu acredito que se perdem muito mais usuários de bicicletas (e consumidores de peças) pela frustração de acordar cedo, tomar café se arrumar e furar um pneu há 15 km de casa, do que eles deixariam de arrecadar com o fim do uso de pneus quase descartáveis de hoje.
Já ouvi falar que pneus mais caros duram mais e furam menos. Bom, pneu de motos tipo as CG duram muito, furam pouco e custam menos que qualquer um destes pneus “melhores”.
This entry was posted on quinta-feira, agosto 7th, 2008 at 0:30 and is filed under Componentes Mecânicos. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. Responses are currently closed, but you can trackback from your own site.
agosto 7th, 2008 at 18:19
lulis says:Tem que se considerar que fabricar um único modelo para as duas posições é muito mais fácil. Sem falar de que produzir pneus de características muito diferentes implica em diversos problemas que aumentam o custo fabril, como ampliação de estoque de materiais e diferentes linhas de produção, incidindo diretamente no preço final ou reduzindo lucro – adivinhe então porque é tão difícil algum fabricante se entusiasmar com a idéia (por mais que ela seja ótima!)…