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Olhos puxados não são todos iguais

Disponíveis no mercado de peças para bicicletas, poucas marcas oferecem a linha completa, envolvendo cubos, cassetes, trocadores, pedivelas entres outros componentes necessários para se montar um bicicleta.

Uma destas marcas, de origem japonesa ficou famosa (principalmente com o surgimento de bicicletas todo o terreno), sendo referência em qualidade e confiabilidade.

Mas de um tempo pra cá, usuários destas marcas notaram que esta não é mais a realidade desta marca. Posso dar como exemplo a minha pedivela de dez anos atrás que está em perfeitas condições de uso, apesar de uma enorme carga de quilometragem e uma pedivela do mesmo modelo, que teve suas coroas imprestáveis após menos de um ano de uso.

Este fato foi confirmado coincidentemente por dois donos de bicicletaria, praticamente no mesmo dia, sendo uma delas uma mais simples “de bairro” e outra voltada a competições. Um deles se referiu a todas as peças como um todo.

“Antes podia se comprar peças de olhos fechados, que duram muito mas desde que deixaram de ter JAPAN escrito atrás e passaram a ter TAIWAN, ficaram muitos ruins, eu mesmo comprei um lote de catracas pra revender que vou ter que jogar fora de tão ruins que estão”.

O outro mecânico foi mais especifico, se referindo apenas a correntes.

“Da próxima vez experimente a mesma corrente, porém a japonesa e não a chinesa, é mais cara, porém é muito superior em qualidade e durabilidade.”

Como podemos ver a busca por redução de custos trouxe prejuízos significativos no controle de qualidade de algumas marcas, entretanto vemos cada vez mais nas prateleiras de bicicletarias, marcas genuinamente chinesas (antes chamadas de genéricas, mas que agora possuem uma única marca). E, por incrível que pareça, com qualidade respeitável. Apesar da descrença de quem as compra, elas acabam tendo desempenho significativo, que muitas vezes marcas tradicionais não estão mais tendo.

Acredito que isto se dê pela busca desesperada pela redução de peso. Marcas tradicionais desenvolvem estes componentes nas matrizes utilizando materiais refinados e sofisticados, porém ao fabricá-los em larga escala com baixo custo, não se consegue obter materiais de mesma qualidade, e o projeto não funciona. Marcas mais simples já fazem peças mais superdimensionadas sabendo da má qualidade que serão manufaturadas. Claro que é só uma explicação simples e sem profundidade para um problema sério e que mesmo assim não justificaria ou nos faria tolerar peças ruins.

One Response to “Olhos puxados não são todos iguais”

  1. janeiro 4th, 2012 at 19:01

    Paulo Cesar Fabro says:

    Acrescente a minha experiência: tenho uma bicicleta de 1995, com cambio traseiro STX.
    No início de 2011 comprei outra, também com cambio traseiro STX. Quanta diferença. O STX de 1995 está com muito mais precisão e é mais rápido que o STX-2011.