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Archive for agosto, 2008

Fora das Normas

Como qualquer ciclista, você ja deve ter se deparado com a baixa durabilidade das transmissões.

Não é apenas baixa, ela é ridiculamente baixa. Motos de pequenas cilindradas usam as mesmas correntes de 1/2″ de passo e duram muitos milhares de quilômetros mesmo sem manutenção enquanto uma bicicleta mesmo muito bem cuidada dificilmente chega a 5000km para cassete e corrente. Considerando que sempre que temos que substituir um deles, teremos de substituir ambos, este valor acaba sendo ainda mais baixo.

Andei pesquisando algumas exigências para a construção de máquinas utilizando transmissão de correntes de rolos (a que utilizamos em bicicletas e chama-se de rolos por causa das cilindrinhos que envolvem os pinos) e me surpreendi como a transmissão das bicicletas seguem exatamente o oposto das recomendações.

Confira algum exemplos comentados. (fonte Fundação Caete http://www.caetenews.com.br/, comentários (- …-) por mim).

Transmissões por correntes

Precauções:

O número máximo de dentes das duas rodas não deve exceder a 150.
-Considerando uma pedivela de 56 dentes e uma cassete de 34 ainda assim não excederia-

A soma dos números de dentes das duas rodas não deve ser menor do que 50; e o número mínimo de dentes para cada roda é 16.
– Cassetes 11 dentes?12? 13? Já repararam que sempre são estes que fazem o cassete ser jogado no lixo? Tá explicado. Tensão demais em muitos poucos dentes-

As rodas dentadas devem ser perfeitamente alinhadas e os eixos nivelados.
– 5,6,7,8,9,10 e até 11 engrenagens atrás e até 3 na frente. A corrente quase nunca está alinhada e sempre sofre esforço lateral.-

A distância entre eixos mais favorável está entre 30 e 50 passos.
– Sem problemas-

O tensor, quando necessário, deve estar do lado sem carga,ter o engrenagem to de 3 dentes no mínimo,não deve estar mais perto do que 4 elos da roda mais próxima e deve ter 19 dentes,no mínimo.
-É meio confuso argumentar sobre isso, mas caso considere o cambio traseiro como um esticador ele fica completamente fora das recomendações. Dificilmente tem mais que 13 dentes e fica a poucos milímetros do cassete.-

Para partidas com carga convém usar esticador com molas.
– correto-

O esticador deve permitir um jogo de 2% do comprimento total da corrente.
– O jogo de um cambio traseiro deve ser de quase 40% em relação ao comprimento total-

A velocidade máxima linear da corrente não deve exceder os limites das especificações.
-Correto. Em bicicletas é característico a baixa rotação do sistema.-

Lendo isso é de se entender o motivo da baixa durabilidade da transmissão por correntes e câmbio por descarrilhador. Existem muitos outros motivos que favorecem o desgaste prematuro, mas os principais responsáveis são o desalinhamento e o baixo número de dentes em algumas engrenagens. Pode-se amenizar isso evitando marchas cruzadas, porém não resolve.

Embora o baixo peso, baixo custo e a alta eficiência deste tipo de cambio sejam inquestionáveis, temos que conviver com esta limitação de durabilidade.

Todos essas considerações são para correntes livres de impurezas e lubrificados.

Em postagens futuras, escreverei sobre outras transmissões. Marchas internas, caixas fechadas, correias dentadas entre outras.