Fora das Normas
Como qualquer ciclista, você ja deve ter se deparado com a baixa durabilidade das transmissões.
Não é apenas baixa, ela é ridiculamente baixa. Motos de pequenas cilindradas usam as mesmas correntes de 1/2″ de passo e duram muitos milhares de quilômetros mesmo sem manutenção enquanto uma bicicleta mesmo muito bem cuidada dificilmente chega a 5000km para cassete e corrente. Considerando que sempre que temos que substituir um deles, teremos de substituir ambos, este valor acaba sendo ainda mais baixo.
Andei pesquisando algumas exigências para a construção de máquinas utilizando transmissão de correntes de rolos (a que utilizamos em bicicletas e chama-se de rolos por causa das cilindrinhos que envolvem os pinos) e me surpreendi como a transmissão das bicicletas seguem exatamente o oposto das recomendações.
Confira algum exemplos comentados. (fonte Fundação Caete http://www.caetenews.com.br/, comentários (- …-) por mim).
Transmissões por correntes
Precauções:
O número máximo de dentes das duas rodas não deve exceder a 150.
-Considerando uma pedivela de 56 dentes e uma cassete de 34 ainda assim não excederia-
A soma dos números de dentes das duas rodas não deve ser menor do que 50; e o número mínimo de dentes para cada roda é 16.
– Cassetes 11 dentes?12? 13? Já repararam que sempre são estes que fazem o cassete ser jogado no lixo? Tá explicado. Tensão demais em muitos poucos dentes-
As rodas dentadas devem ser perfeitamente alinhadas e os eixos nivelados.
– 5,6,7,8,9,10 e até 11 engrenagens atrás e até 3 na frente. A corrente quase nunca está alinhada e sempre sofre esforço lateral.-
A distância entre eixos mais favorável está entre 30 e 50 passos.
– Sem problemas-
O tensor, quando necessário, deve estar do lado sem carga,ter o engrenagem to de 3 dentes no mínimo,não deve estar mais perto do que 4 elos da roda mais próxima e deve ter 19 dentes,no mínimo.
-É meio confuso argumentar sobre isso, mas caso considere o cambio traseiro como um esticador ele fica completamente fora das recomendações. Dificilmente tem mais que 13 dentes e fica a poucos milímetros do cassete.-
Para partidas com carga convém usar esticador com molas.
– correto-
O esticador deve permitir um jogo de 2% do comprimento total da corrente.
– O jogo de um cambio traseiro deve ser de quase 40% em relação ao comprimento total-
A velocidade máxima linear da corrente não deve exceder os limites das especificações.
-Correto. Em bicicletas é característico a baixa rotação do sistema.-
Lendo isso é de se entender o motivo da baixa durabilidade da transmissão por correntes e câmbio por descarrilhador. Existem muitos outros motivos que favorecem o desgaste prematuro, mas os principais responsáveis são o desalinhamento e o baixo número de dentes em algumas engrenagens. Pode-se amenizar isso evitando marchas cruzadas, porém não resolve.
Embora o baixo peso, baixo custo e a alta eficiência deste tipo de cambio sejam inquestionáveis, temos que conviver com esta limitação de durabilidade.
Todos essas considerações são para correntes livres de impurezas e lubrificados.
Em postagens futuras, escreverei sobre outras transmissões. Marchas internas, caixas fechadas, correias dentadas entre outras.
This entry was posted on domingo, agosto 3rd, 2008 at 21:57 and is filed under Componentes Mecânicos. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. Responses are currently closed, but you can trackback from your own site.
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