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Archive for the ‘Equipamentos’ Category

Aerodinâmica I

Consideremos um ciclista com sua bicicleta andando no plano e sem vento significativo. Precisa-se fazer força para se manter uma velocidade constante.

Como sabemos de postagens anteriores:

F x V = P

(força multiplicada por velocidade igual a potência)

e

P x t = E

(potência multiplicada pelo tempo igual a energia)

Mas para onde vai esta energia?

A energia gasta pelo ciclista ( no plano sem vento ) irá ser dissipada por basicamente 3 fenômenos.

1 Perdas na transmissão (corrente, rodas dentadas, engrenagens, rolamentos , etc.)

2 Perdas por atrito e deformação no contato pneu/solo.

3 Resistência aerodinâmica

Nesta postagem iremos dar importância para a resistência aerodinâmica. A resistência aerodinâmica é modelada matematicamente por:

F= k x V² x A

(força aerodinâmica é igual a uma constante multiplicada pelo quadrado da velocidade e pela área)

Esta força atua de forma oposta ao movimento. Ou seja, tenta reduzir a velocidade do conjunto ciclista e bicicleta. A velocidade é a propria velocidade da bicicleta e a àrea é a área da seção transversal ( área projetada de um ciclista olhado de frente).

A constante pode ser decomposta em 2 outras constantes:

k = c1 x c2

Podemos considerar c1 como os valores relacionados às propriedades do ar, como viscosidade e densidade. Enfim, o que não podemos alterar. A c2 iremos atribuir ao fator de forma mais conhecido como coeficiente aerodinâmico. Este valor irá depender da forma do objeto que se desloca no fluido e pode ser verificado em tabelas obtidas com valores experimentais .

É esta constante ( c2 ) que explica a existência de componentes ciclisticos com formas muitas vezes incomuns, como capacetes em forma de gota e rodas fechadas, que permitem uma menor resistência aerodinâmica e consequentemente maior velocidade.

O sol nasce para todos

Quando se pedala, em geral tem-se por objetivo ir para algum lugar onde se possa esquecer dos problemas e em geral tal lugar encontra-se próximo a natureza.

Na natureza se encontram rios, lagoas, cachoeiras, vegetação nativa, etc. Mas felizmente não se encontram torres de transmissão de celular.

Por isso, fica oscilando entre área coberta pelo sinal de celular e áreas descobertas. Nestas áreas descobertas ( onde o aparelho fica procurando rede ) muito rapidamente a bateria do celular é descarregada. Numa bicicleta não temos o acendedor de cigarro (ainda bem!) para poder deixar o aparelho sendo continuamente carregado.

Some este problema ao uso de pilhas para lanternas e gps, que muitas vezes, dado o isolamento de alguns campings, não tem onde serem carregados em algumas viagens mais longas.

Eis que podemos ter uma criativa solução para este problema energético! O Sol! Nosso astro rei, nos inunda com sua radiação e além de trazer luz e vida, trás muita energia em suas ondas.

Pequenas placas solares, que agora já não são tão caras por causa das compras internacionais pela internet, fazem a conversão da luz do sol em energia elétrica.

painel solar

Painel Solar

Com suas pequenas dimensões, baixo peso e características elétricas compatíveis com a maioria dos aparelhos ( baixa voltagem, corrente continua e baixa corrente) torna-se muito simples construir carregadores e fixá-los na bicicleta.

Desta forma pode-se pedalar enquanto as baterias e pilhas são carregadas.

Remendo de raiz

Certa vez, a pedalar a “triagem” até a fazenda Pico-Paraná, em uma tradicional homenagem a limpeza e boa conservação da BR-116 furamos o pneu em algum dos frequentes obstáculos desda rodovia ( pregos, cacos de vidro, arames, etc etc).

Como ainda estávamos no inicio e ainda queríamos ter mais de uma câmara reserva resolvemos para em uma dessas borracharias para caminhões (sujas e escuras) e remendar a câmara furada, ja que neste dias estavamos sem kit de reparo, apenas 2 câmaras extras.

Acostumado com a tradicional utilização de kit de remendo de emergência, me espantei com o método que o mecânico utilizou, que com certeza deveria ser o mesma forma de remendar um pneu de caminhão.

Após alguns anos resolvi testar tal método e de fato a qualidade fica muito melhor. Obviamente que em emergências ( na estrada ) nada substitui os kits. Porém, em casa com ferramentas e tempo, vale experimentar as vantagens de uma manutenção mais bem feita.

Irá precisar dos seguintes materiais:PB100057

-Câmara velha ( para cortar um pedaço)

-Cola de sapateiro. Se você for menor de 18 anos esqueça, em alguns lugares pedem até CPF para vender este produto.

-Tesoura com qualidade suficiente para cortar uma câmara

-Lixa com granulação acima de 400 (acima significa um número menor, por exemplo 120). Se possuir alguma ferramente elétrica como uma microretífica, use-a. Irá ganhar em tempo, esforço e qualidade.

-Sargento ou morsa ou chave de pressão. Para prensar.

Comece localizando o furo e cortando um pedaço da câmara velha com tamanho compatível com o tipo e dimensões do furo.PB100058

Lixe as superficies. Lixe muito bem. Esta técnica possui dois segredos para ser eficiente, lixar é um deles.O senhor da borracharia utilizou uma esmerilhadeira. Não precisa de tanto, mas isso mostra a importância de lixar.PB100059

Aplique a cola em uma fina camada em ambas as partes.PB100060

Espere a cola secar parcialmente. Na prática isso acontece quando ela deixa de ficar brilhante e fica fosca.Este é o segundo segredo da técnica.PB100061

Una as partes e aplique pressão com alguma ferramenta. Caso não possua nada para isso, pode se utilizar algum objeto bem pesado, tomando cuidado para que nenhuma parte pontiaguda corte a câmara.PB100062

Após algum tempo, o remendo está feito. É muito mais barato e fica com qualidade muito boa .

Bomba 2

Na bicicleta, durante pedaladas, nada substitui as bombas manuais portáteis. Elas são leves, pequenas e funcionam para seu propósito.

Funcionar de fato funcionam. Mas para encher um pneu de bicicleta todo terreno com medidas acima de 2.0″ é necessário persistência, afinal o volume injetado pela bomba é muito menor que o volume de ar dentro do pneu. Outra situação é nas estradeiras, cujo volume de ar nos pneus é pequeno porém a pressão de cerca de 8 Bar (100 psi) exige grande força para comprimir o ar a medida que enche o pneu.

Na estrada, longe de qualquer posto, ou numa trilha longe de qualquer coisa, não temos muita opção. Em casa porém, no conforto da energia elétrica não é preciso deste esforço, ainda mais correndo o risco de danificar o bico da câmara.

Na hora da manutenção, troca de pneus ou simplesmente calibrada pré-pedalada semanal, vale a pena utilizar equipamentos mais adequados e deixar para gastar energia pedalando.

Existem várias soluções para isso, que vão desde “bombas de pé” a compressores comerciais. Minha sugestão é montar um compressor de baixo custo.

Para isso é precisa de um compressor destes feitos para operar a 12v no plugue do acendedor de cigarros do carro. Custa em torno de 40 reais um parecido com a figura 1.Pode ser encontrados até em alguns supermercados.
bomba

Porém se pedalar é seu hobby, palavras como cigarro e carro não devem cair bem. Por isso recomendo utilizar um transformador de voltagem e utilizar a rede elétrica disponivel nas tomadas. Este transformador deve aguentar mais de 10A, por isso a solução mais barata é utilizar uma fonte de computador usada. Acha-se uma fonte AT por 10 reais mas com um pouco de paciência acha-se com facilidade alguma dessas “jogada” por ai.

Com esta fonte ( figura 2) em mão, basta identificar os fios +12v e Ground. Geralmente são descritos por uma tabela que relaciona as cores com as tensões na propria tampa da fonte. Depois, basta ligar estes dois fios aos fios que saem do compressor ( corta-se o plug que liga no acendedor de cigarro).

at

Embora o motor elétrico do compressor gire em sentido diferente de acordo com a forma que liga os fios, não ha problemas , ja que o compressor ira funcionar de qualquer forma por causa das suas válvulas.

Pode-se deixar esta montagem mais elaborada com interruptores e mangueiras pneumáticas mais longas, mas o básico é isto.

Bomba a bomba

Frequentemente encontramos a seguinte situação: O pneu fura após muitos meses sem problemas, pegamos a câmara reserva (fechada por meses na pochete de selim), tiramos o objeto que causou o furo, fazemos a troca e quando vamos encher…nada.

Tentamos encher rápido e nada, devagar e nada, lembramos que na ultima vez que usamos a bomba portátil do quadro ela funcionou perfeitamente embora já tenha acontecido há alguns meses.

O que aconteceu na bomba para ela estragar? Muitas vezes uma bomba de ótima qualidade e muito pouco usada apresenta este problema.

Claro que isto pode ser causado por ressecamento das vedações entre outros fatores, mas na maioria o causador desse problema é mesmo arqui-inimigo da corrente e do cassete: a Sujeira.

Sujeira esta que também é conhecida por lama, poeira, areia, água suja, terra entre outros pseudônimos carinhosos.

Em geral este problema na bomba é agravado por 2 problemas.

  1. A fragilidade da vedação. Peças delicadas e espaçamentos pequenos são locais perfeitos para que grãos (de areia, por exemplo) causem danos.
  2. Esquecimento. Por ser pouco usada, muitas vezes fica de fora da limpeza, fora das revisões, fora das vistorias pré-viagens, etc.

E então, como evitar isso?  Pelo princípio de funcionamento, a bomba já tem sua própria vedação, mas exceto as que possuem tampinha própria, as demais bombas possuem a região do bico vulnerável. É no bico que acumula areia, lama. A solução simples é:

fechar o bico!

Entre as alternativas criativas e simples, eu particularmente recomendo utilizar um pedaço de câmara.

Utiliza-se um pedaço de câmara velha, descartada. É necessário que seja de aro 26″ para ter dimensões compativeis.

Corta-se uma tira transversal ( um tubinho) com dimensões pouco maiores que o diâmetro externo do bico da bomba, cerca de 25mm é sulficiente.

Em seguida basta “vestir” o bico da bomba com a tira de câmara e remove-la quando for utilizar. Fica discreto, é simples e barato e almenta significativamente a vida útil da bomba.