À feijão e bateria
Qualquer atividade física é sinônimo de necessidade de um preparo.
Com bicicletas não é diferente e em muitas situações pode haver uma disparidade entre a limitação humana do ciclista e o objetivo a ser pedalado. Situações estas que podem ser por exemplo acompanhar um ciclista de alto nível em um trajeto longo ou montanhoso, pedalar com o namorado sem que a diferença física entre sexos torne o passeio chato, ou simplesmente chegar no trabalho/aula sem suar a camiseta, entre inúmeros outros exemplos onde existe uma aparente desvantagem em se utilizar uma propulsão exclusivamente muscular.
Sem descaracterizar as bicicletas e todas as suas virtudes, estão surgindo kits e ate mesmo bicicletas inteiras utilizando o que é conhecido com assistência elétrica ou até mesmo como bicicletas elétricas, hibridas e outras palavras que estão na moda. São constituídos basicamente por um pequeno motor, um controlador e baterias.
Falaremos com mais detalhes sobre cada um destes itens:
Motor
Transforma a energia eletrica em força motriz. Sua potência é da ordem de 200 a 500W em media, sendo assim não caracterizam um motocicleta, e são valores coerentes com a potencia muscular de um ciclista padrão ( de 100w a 1000w para um ciclista profissional em um pico de energia de curta duração). São todos essencialmente de corrente continua, podendo ser para os mais modernos sem escovas, o que garante uma alta eficiência. Sua parte mecânica pode ser do tipo:
Dentro do cubo: O motor se parece com um cubo grande, e o motor fica dentro do cubo, dianteiro e traseiro. Divide-se em dois tipos.
Acoplamento direto: Sem reduções, elimina a perda por engrenagens.Em geral tem baixo torque na roda.
Redução planetária: Ligado por uma redução( aumento de torque e diminuição de giro) permite transpor subidas íngremes e por permitir que o motor gire numa rotação mais adequada tem melhor performance quanto a temperatura e eficiência. É compacto por ser uma transmissão concêntrica.
Externo: O motor é ligado a roda por correntes e correias ou engrenagens ou ate mesmo ao pneu. Existem modelos que são conectados a pedivela, entretanto nestes modelos não se pode, em geral, parar de pedalar quando o motor esta em uso.
Podem ainda conter um dispositivo de roda livre. Este dispositivo elimina o arrasto do motor, entretanto impede a utilização de freio regenerativo, no qual a energia de frenagem é revertida em carga para a bateria.
Controlador
É o que conecta a bateria ao motor. Poderia se utilizar um sistema sem ele, apenas com um interruptor e um motor de corrente continua. Porém é desejavel que a aceleração seja linear e gradual e tambem possuir um controle sobre a velocidade. Hoje é freqüente o uso de controladores PWM sendo que os mais refinados acionam automaticamente uma função de freio regenerativo no motor ao se acionar o manete de freio. Também protegem o motor e as baterias contra sobreaquecimento nas partidas com carga, uma vez que nesta situação pode se passar muita corrente.
Baterias
É onde se investe em tecnologia. Iniciaram com as pesadas baterias de chumbo ácido. Hoje é raro um modelo de kit fabricado com elas pela baixa densidade de energia (energia/massa), que embora tenham muitas vantagens em muitas aplicações, como custo e boa estabilidade térmica, tornam a bicicleta difícil de ser guiada pela carga extra.
Possivelmente atualmente so estejam disponíveis no mercado de assistência elétrica para bicicletas as baterias de NiMH e Li-Ion
NiMH: Conhecidas também por metal hidreto .Não são tão recentes (e por isso) nem tão caras. Tem capacidades de ciclos e densidade de energia intermediarias. Sua principal desvantagem é o efeito memória para a utilização com carregadores normais.
Li-Ion:(ios de lítio) Leves, suportam vários ciclos de cargas e não possuem efeito memória. São as mesmas de computadores portáteis e celulares. Suas desvantagens, alem do custo inicial é a fragilidade com temperatura.Descargas completas também são prejudiciais.Tem características melhoradas na versão lítio-polímero
Para usos freqüentes, as baterias de íons de lítio acabam sendo mais econômicas por durarem mais antes de estragarem.Mas muitas novidades ainda estão por vir.
O custo total do kit em geral é superior ao da própria bicicleta ( o que é fácil de acontecer , pois bicicletas são essencialmente baratas) , mas garante uma versatilidade a mais na bicicleta como meio de transporte, e a torna muito eficaz no meio urbano.
Links: Grubber, Bionx, Nano, Crystalyte.
This entry was posted on terça-feira, setembro 30th, 2008 at 22:28 and is filed under Componentes Mecânicos. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. Responses are currently closed, but you can trackback from your own site.
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